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“A propriedade da quantidade é poder-se sempre dividir e a propriedade do amor é querer-se sempre dar todo.”
“O querer e o poder, se divididos são nada, junto e unidos são tudo.”
“Quem só dá aos particulares, diminui o poder, porque se faz senhor de poucos.”
“As varas do poder, quando são muitas, elas mesmo se comem, como famintas sempre de maiores postos.”
“Entre todas as injustiças, nenhumas clamam tanto ao Céu como as que tiram a liberdade aos que nasceram livres e as que não pagam o suor aos que trabalham.”
“Enquanto Portugal teve homens de havemos de fazer (que sempre os teve) não tivemos liberdade, não tivemos reino, não tivemos coroa. Mas tanto que tivemos homens de quid facimus (que fazemos), logo tivemos tudo.”
“Ao trabalho corresponde o fruto que se colhe.”
“Neste mundo conturbado, quem tem muito dinheiro, por mais inepto que seja, tem talento e préstimos para tudo; quem não tem dinheiro, por mais talento que tenha, não presta para nada.”
“A restituição do respeito é muito mais difícil do que a do dinheiro.”
“Os dois nervos da guerra são gente e dinheiro.”
“Quem tem muito dinheiro, por mais inepto que seja, tem talentos e préstimo para tudo; quem o não tem, por mais talentos que tenha, não presta para nada.”
“Dizem que temos valor (os portugueses), mas que nos falta dinheiro e união; e todos nos prognosticam os fados que naturalmente se seguem destas infelizes premissas.”
“Não pode haver modo melhor de conhecer a desigualdade das forças que medindo-as.”
“As lágrimas são o mais vivo do sentimento, porque são o destilado da dor; são o mais encarecido dos louvores, porque são o preço da estimação; são o mais efetivo da consolação, porque são o alívio da natureza.”
“Nenhuma coisa se pode prometer à natureza humana mais conforme a seu maior apetite, nem mais superior a toda a sua capacidade, que a notícia dos tempos e sucessos futuros.”
“A natureza a todos os homens fez iguais; a fortuna é que fez os altos, os baixos, e os baixíssimos.”
“Assim como a alquimia por arte tudo converte em ouro, assim a obediência por natureza tudo transforma e converte em virtude.”
“A inclinação mais natural, mais viva, e que mais fortes e profundas raízes tem lançado na natureza humana é o desejo ou apetite da glória.”
“A natureza fez o comer para o viver e a gula fez o comer muito para o viver pouco.”
“A maior gula da natureza racional é o desejo de saber.”
“O ofício há-de transformar-se em natureza, a obrigação há-de converter-se em essência, e devem os homens deixar o que são, para chegarem a ser o que devem.”
“Só quem tem por natureza o mais, tem confiança para se chamar o menos.”
“A razão por que não achamos o descanso é porque o buscamos onde não está.”
“As obras de um herói, postas a uma luz escura da razão e da vontade, são borrões que ofendem; à melhor luz do entendimento são primores que admiram.”
“Há pessoas semelhantes à vela que se consomem para alumiar o caminho alheio.”
“O amor depois da perda vê-se na dor; antes dela, no receio.”
“A dor não tem juízo, e nenhuma é maior que a do amor ofendido.”
“A fé que não dói, é muito fácil de crer; a fé que não se pode praticar sem dor, é muito dificultosa de admitir.”
“As coisas não começam do princípio como se cuida, senão do fim. O fim porque as empreendemos, começamos e prosseguimos, esse é o seu primeiro princípio, por isso ainda que sejam indiferentes, o fim, segundo é bom ou mau, as faz boas ou más.”
“O uso de ver tem fim com a vida, o apetite de ser visto não acaba com a morte.”
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